Soneto de 1883
#paratodosverem Na imagem acima, há reprodução de uma página do livro Sonetos Brasileiros. Na parte de cima da página, há reprodução de um retrato em preto e branco do autor do soneto. Um rapaz com barbicha, com roupa da época, especificamente um terno, pois era advogado e jornalista. O conteúdo textual da imagem acima está transcrito a seguir:
Francisco Quirino dos Santos
Nasceu em Campinas, São Paulo, a 14 de julho de 1841 e na capital deste Estado falleceu a 6 de maio de 1886. Bacharel em direito, seguiu sempre a advocacia. Poeta, jornalista, dramaturgo e romancista.
Bibliogr. - Estrellas errantes, São Paulo, 1883.
A VIDA
Pois tu não vês nos ares scintillantes
O sol morrendo em ondas de fulgores?
E assim, nadando no perfume, as flores
Largam ao vento as petalas boiantes!
E o amor e a gloria e os risos da innocencia
Afogam-se nas chammas da esperança!
Tudo que busca a mente e pede e alcança,
Tudo succumbe e esvahe-se na existencia!
O sonho! oh luz de um páramo azulado!
Como te envolve o manto da orphandade,
Dourando os haustos do prazer gosado!
Por mais que suba o peito na anciedade,
Por mais que desça a idéa no passado,
A alma é um sopro, a vida é uma saudade!
Francisco Quirino dos Santos
grafia da época, 1883.
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